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sábado, julho 17

Cidade do Além Tudo, 12 de novembro de qualquer ano.

Olá, eu sou a Paula, estou chegando em casa agora, são 13 horas e 12 minutos. Ainda não almocei, e nem sei se vou,  minha fome está, por hora, saciada.

A aula de psicologia estava um saco. Ou eu não ouvi nem metade. Pudera. Doíam-me as costas e o traseiro. E a calça jeans apertada não ajudava em nada.

Lembrei do peso de "Celestial Dream" e da marca dos dentes no meu pescoço.

Amandinha não entendeu quando ele pediu especialmente por mim lá pra Madame. Eu entendi. "Celestial Dream" é homem de tudo, típico homem da cidade do Além Tudo, e eu dei tudo o que ele pediu, e mais.

O menino de olhos verdes percebeu a marca que a echarpe não conseguiu esconder, as marcas de dentes no pescoço. Eu vi o ódio nos olhos verdes do menino, pena. Poderia ter sorrido, atenuado a surpresa, mas não fiz, não sei por quê.

Voltando a "Celestial Dream", quando cheguei à portaria do motel, uma moça entregou-me as chaves da suíte temática (sabe-se lá o que querem dizer com isto, jogam algumas almofadas no chão, cobrem de cortinas o quarto, com motivos de onças e tigres, e pronto, mais vários reais em cima da tal 'temática').

Quando entrei no quarto, senti um cheiro de coisa molhada. Sexo e mofo. Mas não me incomodou. Já estivera ali, naquele mesmo quarto, com o tal de Roberto – um velho que se achava – foi uma experiência ruim. Não queria lembrar, mas, cidade pequena, poucos motéis, bons então nem se fala.

Servi o vinho, tomei um gole, olhei o relógio. Tinha tempo. Ainda não era hora da Cinderela. Fui ao banheiro e, nua, abri o chuveiro.

Ficava ansiando pelo corpanzil de “Dream” e toda a sua violência controlada.  Ele me excitava, quase machucava, me virava do avesso e eu chorava de tesão.

Senti o líquido quente no meio das pernas, o calor no íntimo. Respirei fundo e fechei a torneira do chuveiro.

Lembrei da canção de Madame M...

Exercício do Ego

Eu sirvo o meu vinho preferido
Eu farejo o perigo
Eu busco o beijo molhado
Eu pego o telefone e calo
Eu deixo a porta aberta
Eu sirvo mais e mais vinho
Eu busco metas e me vejo só
Eu deixo a flor roxa na janela
Eu deito nua no tapete
Eu faço bico
Eu olho o nada
Eu olho o nada
Eu sinto o ir e vir
Eu queria sorrir
Eu olho o nada
Eu olho o nada
Eu sinto e sinto
Eu sinto a dor
Eu sinto o tapa
Eu choro de raiva
Eu fico torta
Eu grito nua
Eu tenho a cara no tapete
Eu sinto o ir e vir
Eu sinto o ir e vir o ir e vir ir e vir ir e vir e ir e vir
Eu abafo o grito
Eu acho o perigo
Eu sinto no íntimo
Eu olho o chão
Eu olho o chão
Eu grito e grito
Eu grito de paixão
Eu grito de paixão
Eu não sinto mais o ir
Eu não sinto mais o ir
Eu não procuro o olhar
Eu volto a respirar

Eu bato a porta
Eu saio à rua
Eu ando na chuva
Eu entro em casa
Eu deixo a água escorrer na banheira
Eu tenho a cabeça n’água
Eu morro ali
Eu já era, quimera, 

alguém me traz de volta
Tu
Logo tu
Eu que já ia embora
E agora?

Agora é hora de dormir, amor.

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Depois de tantas lembranças, a fome que tinha sido saciada voltou. Vou sair de novo e comer por aí.

Paula

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"O Diário de Paula, um clichê!"

Paula tem 24 anos, 1,78 de altura, cabelos castanhos claros, olhos azuis, corpo atraente;

os pais são do interior do Estado de Amor, por isso ela mora só num apartamento de dois quartos na cidade do Além Tudo.

A moça de sorriso fácil começou a fazer programas para pagar a faculdade, coisa natural para quem estava em uma situação como a dela, nada de grana, corpo bonito, uma amiga apresentou-lhe a vida, ela foi e conseguiu um 'estar' confortável.

A história de Paula é como as de tantas por aí...

situações como a dela são comuns de acontecer, e mais comum ainda são as moças desta vida escreverem sobre seus encontros,
descrever suas transas,


tudo isto Paula pretende fazer,

a única diferença de Paula é sua paixão por sexo,

o prazer que ela não consegue esconder.

Clichê?

Sim, a vida é um clichê.



Madame M.


Manuais

Manuais eróticos, como o "Kamasutra" e "O Jardim Perfumado", são algumas das mais conhecidas obras da literatura erótica. O "Ananga Ranga" é um outro manual de menor fama, especialmente destinado a impedir a separação entre marido e mulher.

As listas de prostitutas e os seus serviços também serviram como educação sexual na história, entre as listas está Harris's List of Covent Garden Ladies (1757-1795).

Desde o final da década de 1970, muitos manuais de sexo têm sido publicados e abertamente vendidos no mundo ocidental, entre eles, "A Alegria do Sexo".