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Cartas


Diário de Madame M. - As Cartas

Carta 1 - de Celestial Dream
- para Madame M.

Cara ...

Decerto lembras do nosso último contato, na festa do lançamento do livro da arquiteta Luciana. Naquela noite me disseste que eu poderia te escrever quando me sentisse próximo a uma nova crise. Pois é assim que sucede.

Fiquei com aquela imagem do teu vestido preto bem viva na minha lembrança. Estavas bonita, quero dizer, ainda mais bonita.

Ontem, depois do trabalho senti certa tonteira. O oxigênio era escasso enquanto minha cabeça rodava. Nem cogitei consultar o médico, pois sabes, esses mecenas só caneteariam outra receita de calmantes. Mas cheguei em casa, tomei outro comprimido e deitei imediatamente. A dor de cabeça foi amainando e consegui dormir, no entanto, sonhei novamente, isto é, sabe aquele sonho que te contei na festa? Pois é, aquele vulto ainda me persegue e, por fim, meu sonho foi um pesadelo.

Saiba que escrevo a ti como uma tentativa de me auto-ajudar. Dessa vez, estou disposto a tentar com mais firmeza e, por isso, conto contigo.

Imagino cá como deves ser quando não estás numa festa. Pois as únicas duas vezes que te vi, casualmente, foram em festas. Estranha coincidência, não achas? Mas tenho certeza que não usas aquele vestido preto o tempo todo.

Muita paz para ti e um abraço

Celestial Dream

Carta 1 - de Madame M.
- para Celestial Dream.

Caro Celestial Dream

Surpreendeu-me o seu contato. Pensei que tivesse esquecido do vestido preto. Lembro da ocasião, festa na cobertura, a brisa fria entrava pela janela quadrada, e foi “o” arrepio na pele, os bicos dos meus seios apontaram no vestido preto. Vi seu olhar, de fera, mas me contive, infelizmente, digo hoje. Perseguiu meus sonhos o seu sorriso durante muito tempo, nem acredito que estou dizendo a você isso. É só esta minha impulsividade que assusta. Esqueça. Vamos nos concentrar no seu problema. Sente-se, afrouxe suas calças, solte o cinto, liberte o instrumento que vai extravazar a sua energia, tire as meias, encontre a melhor posição. Agora concentre-se. Mão aquecida, contato, apenas dedos leves. Toque-se. Pare. Imagine agora que um vulto lhe persegue, você pressente, está num corredor escuro, ouve os passos e corre. Você corre e o corredor parece que nunca vai acabar. Continua correndo. Até que uma luz acende, você empurra a porta. A claridade cega. Lá, Sandra está no meio do círculo feito de rosas. Você pára. Sandra tem os cabelos castanhos envolvendo os seios, os olhos azuis grandes demais num rosto fino. Ela está nua, os pelos que envolvem seu corpo são quase transparentes, fios de ouro, que brilham por todos os lados, mas que dão especialmente forma ao V do seu íntimo. Não sabe como, mas você está nu também. Sandra tem os braços atados, você não havia percebido, e você também tem. Agora você vê que está no meio do círculo, mas já não é de rosas e sim de pedras, há muitos iguais aos que perseguem você ao redor, apenas observando. E Sandra está deitada num manto vermelho, na areia, dois vultos a seguram pelos braços, esticados. Os seios de Sandra surgem do amontoado castanho quando um deles a senta. Os bicos grandes e escuros ao alcance da sua boca. Alguém o ajoelhou no chão duro. No manto vermelho. As suas mãos estão presas às costas, mas alguém está tocando no seu sexo. São mãos longas, dedos finos. Os movimento circulares. Você começa a sentir a tensão. Outras mãos abrem as pernas de Sandra. Uma quinta ou sexta mão segura sua nuca e o faz mergulhar a boca no íntimo de Sandra. Você sente a umidade. Algo o impele a cravar a língua nas entranhas e vc percebe que Sandra está tendo espamos, as coxas pressionam seus ouvidos, num último movimento. Alguém o levanta. Você vê o sexo de Sandra aproximando-se do seu. Há o encaixe. Você sente as mãos livres, o mergulho em Sandra é enlouquecedor. Quente. Sandra está com a boca aberta. As mãos delas também livres. Ela segura seu pescoço e aprofunda o contato. O vai e vem é louco. Aí na sua cadeira, sentado, você tem a mão cheia. Eu gostaria de aproximar os lábios da sua energia, lábios rubros, mas pense em Sandra, os olhos de Sandra, arregalados, a respiração acelerada, a fricção, o barulho molhado, tudo isso enlouquece você, e a sua mão sente toda a pressão. E você imagina meu rosto, meus olhos também arregalados. Você sente o íntimo de Sandra ser retesado, sente que vai explodir. Meus olhos arregalados, minha boca sentindo o contato, minha língua procura o ponto exato. Enquanto o movimento da mão continua. Sandra grita. Você grita. Meu rosto molhado, escorre o líquido pelos lábios. O pesadelo vira sonho. Você acorda. Sou eu quem lhe persigo pelo corredor. Antes que você tire um cochilo, imagine uma última cena. Queria saber se sempre visto o preto, nosso velho conhecido vestido. Não, no momento estou deitada em minha cama, escrevendo, a mão direita na caneta e a esquerda melada até o meio. Nua em pelo. Amanhã vou à faculdade, visto jeans. Falando nisso, lembrei de um paciente, que tem certa fixação por vestidos pretos (risos), lembro dele acordando em minha cama, com o vestido preto, enrolado no dorso...
Espero que amaine sua dor. Caso precise, estou aqui.

Madame M. 
20/8/2010

"O Diário de Paula, um clichê!"

Paula tem 24 anos, 1,78 de altura, cabelos castanhos claros, olhos azuis, corpo atraente;

os pais são do interior do Estado de Amor, por isso ela mora só num apartamento de dois quartos na cidade do Além Tudo.

A moça de sorriso fácil começou a fazer programas para pagar a faculdade, coisa natural para quem estava em uma situação como a dela, nada de grana, corpo bonito, uma amiga apresentou-lhe a vida, ela foi e conseguiu um 'estar' confortável.

A história de Paula é como as de tantas por aí...

situações como a dela são comuns de acontecer, e mais comum ainda são as moças desta vida escreverem sobre seus encontros,
descrever suas transas,


tudo isto Paula pretende fazer,

a única diferença de Paula é sua paixão por sexo,

o prazer que ela não consegue esconder.

Clichê?

Sim, a vida é um clichê.



Madame M.


Manuais

Manuais eróticos, como o "Kamasutra" e "O Jardim Perfumado", são algumas das mais conhecidas obras da literatura erótica. O "Ananga Ranga" é um outro manual de menor fama, especialmente destinado a impedir a separação entre marido e mulher.

As listas de prostitutas e os seus serviços também serviram como educação sexual na história, entre as listas está Harris's List of Covent Garden Ladies (1757-1795).

Desde o final da década de 1970, muitos manuais de sexo têm sido publicados e abertamente vendidos no mundo ocidental, entre eles, "A Alegria do Sexo".